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06 março 2010

Filipenses

Capítulo 3 da carta de Paulo aos Filipenses


(V: 1-8) – Perdendo para Ganhar

Paulo diz aos filipenses que eles devem se alegrar no Senhor (v: 1). A palavra “alegria ou regozijo” aparece 17 vezes nesta epístola curta, o que indica a significância espiritual que a alegria tem para o apóstolo Paulo. Mas como se pode experimentar esta “alegria no Senhor” no meio de uma tribulação?

Há uma diferença entre “alegria” e “felicidade”. Feliz e afortunado são termos paralelos.

Afortunado (felicidade) vem da palavra latina “fortuna” que tem a ver com situações externas que afetam a você pessoalmente. Podemos chamar de emoção circunstancial. Se suas circunstâncias são favoráveis, então sua reação para com elas é positiva e você fica feliz. Mas a alegria é uma coisa bem diferente porque tem haver com as profundezas de seu ser. Existem coisas surpreendentes na bíblia acerca da alegria: na última fala de Jesus com seus discípulos, o Senhor ofereceu-lhes “Eu lhe dou a minha alegria - o meu gozo”, mesmo quando estava caminhando para o Getsêmani.


Hebreus menciona isto quando registra que nosso Senhor chamou-o “da alegria que lhe estava proposta”(Hb 12:2). Ele suportou a cruz, e até mesmo quando suportava a dor, isso não lhe afetava quanto à alegria.

Só Cristo pode oferecer esta alegria. É uma dádiva dada pelo Espírito Santo. A bíblia diz que esta alegria é a nossa força (Ne 8:10). Isso tem haver com aquilo que Filipenses no (v: 3) chama de “adorar a Deus verdadeiramente”. Se você adora a Deus em Espírito e em verdade, seu coração pode transbordar de alegria mesmo no vale do desespero, nas circunstâncias mais miseráveis e penosas, como experimentar uma tristeza profunda pela perda de um ente querido. Ainda assim você poderá se extasiar com a alegria do Senhor, alegria essa que vem pela presença do Espírito. E é por isso que a alegria tem direito de estar na lista dos frutos do Espírito (Gl 2:20).

No (v: 2) quando Paulo diz: “Acautelai-vos dos cães”. É intensa sua hostilidade para com os judaizantes perseguidores, que o estão seguindo e se infiltrando nas igrejas que ele fundou. A palavra “cães”é usada para descrever estes obreiros maus. Para os judeus um cão era considerado animal impuro, visto que não podia ser sacrificado nem comido. Então quando Paulo fala dos seus adversários como cães, como gente impura que acham que estão agradando a Deus, mas não estão com sua falsa religiosidade. Ele prossegue descrevendo os falsos mestres como “mutiladores”, ou seja, eles se mutilam praticando a circuncisão. Não que Paulo se opusesse à circuncisão; ele próprio circuncidou a Timóteo (At 16:3). O que ele condenava era dar a este ritual judaico um valor que não podia ter mais, especialmente no caso dos gentios convertidos (os que não eram judeus). Circuncisão era o sinal característico do homem judeu, significando que ele estava incluído nas promessas da aliança de Deus feitas a Abraão e aos seus descendentes. Era um pacto que na época fez com que Israel fosse o povo eleito de Deus.

(V: 3) – Paulo afirma que nós, a Igreja de Cristo (como um corpo), que somos a “circuncisão verdadeira”, e que tem se tornado o único herdeiro legítimo das promessas salvadores de Deus dadas à Abraão. Essa circuncisão verdadeira à qual Paulo se refere em (Rm 2:29) é a circuncisão do coração; não mais um ritual carnal, mas um coração mudado. A crucificação de Jesus Cristo é a circuncisão que Deus colocou à disposição de todos nós.

Em (Ez 36:26), Deus diz: “Eu vos darei um novo coração, e porei dentro de vocês um espírito novo”. A promessa é que Deus implantará seu Espírito transformando pessoas de corações endurecidos e daquelas que dependiam inteiramente de si, em pessoas com um coração cheio de amor, paz e alegria de espírito. E somos lembrados desse novo pacto ou dessa nova aliança, toda vez que celebramos a ceia do Senhor.

(V: 4-6) - A oposição que Paulo enfrentava nos primeiros anos do seu ministério era em grande parte a dos mestres judeus que se gabavam de ter credenciais pessoais importantes como autoridades religiosas. É então que o apóstolo não hesitou em comparar-se aos maiores dentre eles, enquanto negava, ao mesmo tempo, que valesse alguma coisa seu prestígio religioso judaico. O que ele diz é o seguinte: “Se a questão é ter razões para confiar em si próprio, eu tenho mais do que todos” (V:4). Ou seja, a despeito dos currículos impressionantes dos mestres judeus, Paulo diz ter o maior saldo em “vantagens religiosas” do qualquer um deles.

Nos versículos 5 e 6, Paulo faz uma lista de seus bens religiosos, e põe a circuncisão como o primeiro que perdeu a fim de ganhar a cristo. Ele não escolheu ser circuncidado, ser benjamita, foram benefícios que ele atribuía à graça selecionadora de Deus. Ele prossegue, citando os itens ganhos por escolha e esforço próprio. Escolheu ser Fariseu, isto é, membro do partido religioso mais rigoroso. Paulo diz: “Escolhi ser fariseu, e fui mais além. Tornei-me extremamente zeloso para proteger a verdade que eles acreditavam”. Foi por esta razão que encontramos Paulo encabeçando o apedrejamento de Estevão (At 8:1), isso antes da sua conversão. Somando as sete vantagens, que para um Judeu era as melhores honras e posições que poderia se ter. Paulo termina a lista dizendo que teve a melhor honra de todas, que foi a de uma mudança de valores, quando teve um encontro com Cristo e submeteu a sua vida por inteira a Ele.

Parafraseando Paulo: “Somei todos os milhões que eu tinha ganho com as minhas vantagens religiosas do passado, e percebi que elas eram como zeros sem o dígito ‘um” na frente. Portanto elas não trazem absolutamente nada. Comparado ao valor de Cristo. Isso ele afirma no (v: 7) “ O que era para mim lucro (pois eu tinha tudo) considerei como perda, por causa dos novos valores que adquiri em Cristo Jesus”. É o perder para ganhar. Perder é ficar sem uma coisa permanentemente, é como se seu anel de casamento caísse em um profundo oceano, não tem como recuperá-lo. Você tem a certeza que isso é perda irrecuperável. Por isso que Paulo deu tanta ênfase em dizer “eu perdi tudo para ganhar Cristo”. Ele perdera os valores religiosos judaicos, sua posição privilegiada, seu nome (Saulo). Além das perdas passadas existem as perdas presentes. Esta perda é como diz o (v: 8), é pela “excelência de conhecer a Cristo”. Paulo considera aqueles valores como refugo, lixo. E ainda continua dizendo: “Eu ainda estou ganhando”. A bíblia diz em (Oséias 6:3)

“Conhecereis e prosseguirei em conhecer o Senhor”.

Conhecer a Cristo significa um cancelamento definitivo das coisas que são ou foram inúteis para nós. Conhecer o filho de Deus está muito acima de todo o valor ganho com esforço próprio, ou pela força da nossa carne. Cristo é o nosso bem maior, como diz a canção: “Não tenho outro bem além de Ti”. Isso Paulo diz em (Rm 11:36) “ Porque Dele e por meio Dele e para Ele são todas as coisas, glórias são dadas à Ele”.

Segue a nossa 1ª reflexão: Será que realmente queremos perder algumas coisas do nosso passado (como posição, poder, reconhecimento etc...), para realmente ganhar outros valores em Cristo?

Se você vê Cristo como quem lhe deu a vida, então você o “ganhou”. Você perdeu tudo para ganhar a

pérola de grande preço. Examine sua vida hoje. Onde você está em relação a perder tudo a fim de ganhar a Cristo?



Nos versículos 9-16, Paulo contemplava um futuro que incluía seu relacionamento com Cristo. E concentra todas as suas energias para alcançar aquela meta. (de ser achado em Cristo).

O motivo que Paulo tem para lançar fora do barco da sua vida todos aqueles valores religiosos se encontra no (v:9): “ser achado nele, não tendo justiça própria...”. Deus oferece a graça à todos por meio de Jesus, a justificação, que absolve os nossos pecados e nos declara justos, isso não depende de nada de bom que possamos oferecer em troca.

(V: 12 – 14): “Mas prossigo para alcançá-lo”, no original grego a palavra prosseguir significa “concentrar esforços”. É por isso que Paulo se esquecera “das coisas que pra trás ficam, avançando para o alvo”. A palavra avançar no original grego significa: “esticar-se ao máximo”. E o alvo era encontrar-se com Cristo.


Vemos a diferença entre Paulo e alguns cristãos mornos, que se tornam espectadores ao invés de corredores na corrida do Reino de Deus. Eles não contemplam a vida como uma corrida, como o prêmio a ser ganho no fim. Mas a única luta que travam é para melhorar esta vida aqui na terra, buscando mais conforto, prazer e reconhecimento humano.

Nos versículos 17-21, Paulo nos convida a sermos modelos (exemplos de vida) para as pessoas.

Paulo diz no (v: 17): “sede meus imitadores e observai o meu modelo”. Penso que uma pessoa precisa ser um exemplo de vida, para pedir alguém para imitá-lo.

Segue a nossa 2ª reflexão: Será que estamos sendo modelo ou exemplo de vida para as outras pessoas?

Nos versículos 18-21 – Paulo termina com uma reflexão sobre o nosso corpo.

Até que ponto o nosso corpo reflete a Cristo? Temos como Paulo, subordinado e escravizado nosso “homem exterior”. Ou estamos idolatrando o nosso corpo, como alguns que vivem como inimigos da cruz, e o chamaram de “deus do ventre”, pois eles só davam importância aos seus apetites, tanto para os alimentos suculentos como para o sexo impuro.

Se realmente entregamos nossa vida a Cristo, oferecemos nossa vida no corpo para que ele habite e o utilize como quiser. Pois somos templos e habitação do Seu Espírito.

Graça e alegria seja com todos!



Welington Zk

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